sexta-feira, 21 de junho de 2013

A MÍDIA ENSINA OU DISCRIMINA?

Núcleo de Relações Étnico-Raciais, de Gênero e Sexualidade

ANO – 2012
Título:

A MÍDIA ENSINA OU DISCRIMINA?



 PROFESSORAS: Eliane Cristina da Silva, ( Escola  Mun. Professor Sebastião Santos e Silva) Leni Aparecida Viana da Rocha,(Esc.Minervina França Scudlareck), Rosangela de Castro,(Esc.Mun. Catarina Miró) Denise Terezinha Ribeiro Pedroso de Oliveira( Escola Profº Nelson Pereira Jorge )e Henri Luci Ribeiro Barbosa ( Escola Mun. Profª Ruth Holzmann Ribas).




OBJETIVOS
§      Analisar o que a mídia e demais tecnologias ensinam ou discriminam em relação à pobreza;
§     Entender o significado de pobreza e não confundir com mendicância;

§     Conhecer a cultura africana e suas contribuições para a cultura brasileira.

§     Resgatar brincadeiras Africanas.
§     Perceber-se e perceber o outro como diferente.
Respeitar as diferenças;
§     Observar através da pesquisa com os alunos do 1º e 2º anos do 2º ciclo de sua opinião de como é passado para as pessoas à personagem “Adelaide” do Programa Zorra Total.
§     Expressar-se livremente através de desenhos e produção de textos; dramatização e declamação de poesias.

Referencial teórico

Estamos vivendo diante de uma geração tecnológica que podemos dizer avançada em relação há 10 anos.
Diante dessa modernidade muito do que vivemos e vemos na TV ou apenas clicamos um botão do computador e sabemos tudo o que acontece no mundo em tempo real.
Assim percebemos que desde pequenos as crianças podem ter sua opinião diante do que é passado para elas através da televisão.
No programa da Rede Globo no sábado o humor é bem satirizado e comediado através da personagem Adelaide representado pelo ator Rodrigo Santana na Zorra Total, onde é mostrada a pobreza como algo. Banal, e pedir centavos poderá comprar alimentos e suprir uma família, e quando não é satisfeito o pedido, o personagem critica a pessoa que não quis colaborar com ele.
Ensinando ou discriminado?
O que podemos ver nessa cena e que a pobreza é a condição de vida dos desfavorecidos transmitida como comédia, é que essas pessoas só tem essa perspectiva de vida “mendigar”, ser discriminado pela sociedade que o cerca.
Ensinando de uma forma errada, esse programa deve ser analisado pelas famílias que permitem que os pequenos assistam porque naturalmente eles vão reproduzir o que estão.
Vendo, e consequentemente aprendendo apenas dessa forma e não tendo uma análise da verdade que está escondida nas mídias e demais tecnologias.
Discriminando toda a pobreza, a cor as pele, a aparência, o cabelo, as roupas que usam, o modo como falam, onde moram. Enfim essa condição de vida pobre, sem nada, fazendo com que se acredite que todas as pessoas pobres são assim, dessa mesma maneira.
Através da leitura permanente a criança adquire desde cedo habilidade para ler e entender melhor o que se passa a sua volta. A leitura do cotidiano aguça sua curiosidade despertando a vontade de conhecer a construção de escrita e fazer sua reconstrução de forma que ela participa ativamente do mundo letrado dispondo de um instrumento de descobertas e abertura de novos caminhos para aprimorar seu desenvolvimento intelectual.
Nesse mundo das letras ela descobre seus valores e suas experiências podem ser relatadas por meio da escrita que é fundamental para o desenvolvimento do ser humano.
Devido ao passado escravista, a diversidade cultural do Brasil está fortemente ligada à cultura africana. A influência na formação do povo brasileiro foi determinante em vários aspectos: cultural, social e econômico. Ainda que os escravos fossem subjugados pelos brancos, a convivência entre eles era intensa e não havia como evitar a transmissão de crenças, costumes e religiões.
Com as crianças, não foi diferente. Uma das funções dos filhos de escravos era acompanhar o “sinhozinho” e a “sinhazinha” na hora da diversão, o que acabou consolidando no país diversas brincadeiras de origem africana que até hoje são as preferidas de meninos e meninas.
Essas brincadeiras precisam de poucos recursos e são mais conhecidas do que
se imagina, são de origem Africana e difundidas mundialmente.

                                               Escravos de Jô

É uma brincadeira de roda guiada por uma cantiga bem conhecida, cuja letra pode mudar de região para região. Para brincar, é preciso no mínimo duas pessoas. Todos têm suas pedrinhas e no começo elas são transferidas entre os participantes, seguindo a seqüência da roda. Depois, quando os versos dizem “Tira, põe, deixa ficar!”, todas seguem a orientação da música. No verso “Guerreiros com guerreiros”, a transferência das pedrinhas é retomada, até chegar ao trecho “zigue, zigue, zá!”, quando os participantes movimentam as pedras que estão em mãos para um lado e para o outro, sem entregá-las a ninguém. O jogador que erra os movimentos é eliminado da brincadeira, até que surja um único vencedor.

Pular Corda

Preferida das meninas, tanto na versão tradicional quando nas versões diferenciadas em que a brincadeira é guiada por alguma cantiga. Além de ser divertida para o lazer, é uma atividade excelente para exercitar o coração e a coordenação motora. Pode ser praticada tanto individualmente quanto em grupo, quando duas pessoas seguram as pontas das cordas e movimenta o instrumento para que um ou mais participantes possam pular. Quem esbarrar na corda sai da brincadeira. Ou simplesmente perde, e continua.

Pular Elástico

Outra muito apreciada pelas meninas! Para brincar, basta separar pelo menos 2 metros de elástico de roupa e dar um nó. É necessário no mínimo 3 participantes: duas para segurar o elástico e outra para pular. As duas crianças que vão segurar o elástico ficam em pé, frente a frente, e colocam o elástico em volta dos tornozelos para formar um retângulo. Daí, o participante da vez faz uma sequência de saltos: pula para dentro, sobre e para fora do elástico, tentando completar a tarefa sem tropeçar. O grau de dificuldade aumenta ao longo da disputa: o elástico ainda deve subir do tornozelo para o joelho, cintura, tronco e pescoço. Dependendo da altura das crianças, o jogo vai ficando impraticável, mas é o desafio que estimula a brincadeira!

Metodologia e Atividades Desenvolvidas

No laboratório de informática os alunos através do acesso à internet assistirão a cena do programa Zorra Total, personagem “Adelaide”.
Depois foi comentado com eles: a opinião de cada um.
Em seguida eles responderão a uma pesquisa, cinco perguntas para analise do que os alunos acham da pobreza em nosso país?


PESQUISA:
1.               Para você, o que é ser pobre?
2.               Como seus pais comentam o assunto de pobreza com você?
3.               O que você acha da personagem “Adelaide” no programa Zorra Total?
4.               Você já se sentiu discriminado por algum colega por não ter algo legal que ele tem?
5.               Na escola que você estuda é falado sobre a pobreza? De que forma?

Através dos livros “Olhar a África e ver o Brasil”, com fotos e textos Pierre Verger e Raul Lody que demonstram diferentes aspectos característicos da vida nas sociedades africanas e sua marcante influencia na sociedade brasileira. Foram demonstradas aos alunos as influências dos negros que eram obrigados a vir para o Brasil trabalhar como escravos, destacando as danças, músicas e brincadeiras utilizando o livro “Jongo” da autora Sonia Rosa.
Após foi apresentado e manuseado pelos educandos instrumentos musicais Afros Brasileiros.
Com o livro Menina Bonita do Laço de Fita, da autora Ana Maria Machado foi reforçado o respeito às diferenças étnicas raciais. Com a poesia Bonequinha Preta de Cida Valadares, foi confeccionado a bonequinha e declamado a poesia, procuramos resgatar a importância da cultura afro brasileira e o respeito pelo povo.  
Foi realizado um resgate as brincadeiras como a peteca, pula elástico e outras brincadeiras conhecidas como Escravos de Jô, juntamente com a explicação das variações que sofreram até a atualidade.                                
Para finalização das atividades foi confeccionado livros com as produções dos alunos durante e declamação de poesias.

Resultados Alcançados:

Percebemos que todos os alunos conhecem e assistem a personagem Adelaide, e também imitam muitas cenas da personagem, porém não tinham percebido a discriminação em relação à pobreza, a falsa ideologia que todo pobre tem que mendigar, falar errado e ser negro, como a personagem Adelaide. Acreditamos que ao analisarmos a personagem da Zorra Total junto aos alunos, estes começaram a entender o quanto a mídia muitas vezes na tentativa de esclarecer ou banalizar acaba estimulando discriminação. Cabe a nos professores a tarefa de mostrar a ideologia da discriminação racial televisiva, tecnológica e até mesmo presente nos grupos sociais, em especial nas escolas, mostrando aos alunos que o preconceito é feio, nada engraçado, e que temos capacidade de progredir independente de raça, pelo estudo e trabalho. Outro ponto significativo aos alunos foi à pesquisa em livros, o manuseio dos instrumentos musicais e um resgate as brincadeiras e cantigas de roda, entre outras culturas, trazida pelos negros para o Brasil que formam a cultura Afro-Brasileira.

REFERENCIAS:

ROSA, Sonia. Jongo.vol 3 Lembranças africanas. Ed. Pallas, 2004 p. 14
VASCONCELOS, Adson. Oficina do Folclore: Coleção oficina do folclore. São Paulo. Ed. Rideel. 2010
VERGER, Pierre. A vida em sociedade: Olhar a África e ver o Brasil. Ed. Nacional. São Paulo. 2009
VERGER, Pierre.  O mundo do trabalho: Olhar a África e ver o Brasil. Ed. Nacional. São Paulo. 2009
Vídeo zorra total “Adelaide”











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