Núcleo
de Relações Étnico-Raciais, de Gênero e Sexualidade
ANO –
2012
Título:
A MÍDIA ENSINA OU DISCRIMINA?
PROFESSORAS: Eliane Cristina da
Silva, ( Escola Mun. Professor Sebastião Santos e Silva) Leni Aparecida Viana
da Rocha,(Esc.Minervina França Scudlareck), Rosangela de Castro,(Esc.Mun.
Catarina Miró) Denise Terezinha Ribeiro Pedroso de Oliveira( Escola Profº
Nelson Pereira Jorge )e Henri Luci Ribeiro Barbosa ( Escola Mun. Profª Ruth
Holzmann Ribas).
OBJETIVOS
§
Analisar o que a mídia e demais tecnologias
ensinam ou discriminam em relação à pobreza;
§
Entender
o significado de pobreza e não confundir com mendicância;
§
Conhecer
a cultura africana e suas contribuições para a cultura brasileira.
§
Resgatar
brincadeiras Africanas.
§
Perceber-se
e perceber o outro como diferente.
Respeitar as diferenças;
§
Observar
através da pesquisa com os alunos do 1º e 2º anos do 2º ciclo de sua opinião de
como é passado para as pessoas à personagem “Adelaide” do Programa Zorra Total.
§
Expressar-se
livremente através de desenhos e produção de textos; dramatização e declamação
de poesias.
Referencial
teórico
Estamos vivendo
diante de uma geração tecnológica que podemos dizer avançada em relação há 10
anos.
Diante dessa
modernidade muito do que vivemos e vemos na TV ou apenas clicamos um botão do
computador e sabemos tudo o que acontece no mundo em tempo real.
Assim percebemos que
desde pequenos as crianças podem ter sua opinião diante do que é passado para
elas através da televisão.
No programa da Rede
Globo no sábado o humor é bem satirizado e comediado através da personagem
Adelaide representado pelo ator Rodrigo Santana na Zorra Total, onde é mostrada
a pobreza como algo. Banal, e pedir centavos poderá comprar alimentos e suprir uma
família, e quando não é satisfeito o pedido, o personagem critica a pessoa que
não quis colaborar com ele.
Ensinando ou
discriminado?
O que podemos ver
nessa cena e que a pobreza é a condição de vida dos desfavorecidos transmitida
como comédia, é que essas pessoas só tem essa perspectiva de vida “mendigar”,
ser discriminado pela sociedade que o cerca.
Ensinando de uma
forma errada, esse programa deve ser analisado pelas famílias que permitem que
os pequenos assistam porque naturalmente eles vão reproduzir o que estão.
Vendo, e
consequentemente aprendendo apenas dessa forma e não tendo uma análise da
verdade que está escondida nas mídias e demais tecnologias.
Discriminando toda a
pobreza, a cor as pele, a aparência, o cabelo, as roupas que usam, o modo como
falam, onde moram. Enfim essa condição de vida pobre, sem nada, fazendo com que
se acredite que todas as pessoas pobres são assim, dessa mesma maneira.
Através da leitura permanente a
criança adquire desde cedo habilidade para ler e entender melhor o que se passa
a sua volta. A leitura do cotidiano aguça sua curiosidade despertando a vontade
de conhecer a construção de escrita e fazer sua reconstrução de forma que ela
participa ativamente do mundo letrado dispondo de um instrumento de descobertas
e abertura de novos caminhos para aprimorar seu desenvolvimento intelectual.
Nesse mundo das letras ela
descobre seus valores e suas experiências podem ser relatadas por meio da
escrita que é fundamental para o desenvolvimento do ser humano.
Devido ao passado escravista, a diversidade cultural do Brasil está fortemente ligada à cultura africana. A influência na formação do povo brasileiro foi determinante em vários aspectos: cultural, social e econômico. Ainda que os escravos fossem subjugados pelos brancos, a convivência entre eles era intensa e não havia como evitar a transmissão de crenças, costumes e religiões.
Devido ao passado escravista, a diversidade cultural do Brasil está fortemente ligada à cultura africana. A influência na formação do povo brasileiro foi determinante em vários aspectos: cultural, social e econômico. Ainda que os escravos fossem subjugados pelos brancos, a convivência entre eles era intensa e não havia como evitar a transmissão de crenças, costumes e religiões.
Com as crianças, não foi
diferente. Uma das funções dos filhos de escravos era acompanhar o “sinhozinho”
e a “sinhazinha” na hora da diversão, o que acabou consolidando no país
diversas brincadeiras de origem africana que até hoje são as preferidas de
meninos e meninas.
Essas brincadeiras precisam de poucos recursos e são mais conhecidas do que se imagina, são de origem Africana e difundidas mundialmente.
Essas brincadeiras precisam de poucos recursos e são mais conhecidas do que se imagina, são de origem Africana e difundidas mundialmente.
Escravos de Jô
É uma brincadeira de roda guiada
por uma cantiga bem conhecida, cuja letra pode mudar de região para região.
Para brincar, é preciso no mínimo duas pessoas. Todos têm suas pedrinhas e no começo
elas são transferidas entre os participantes, seguindo a seqüência da roda.
Depois, quando os versos dizem “Tira, põe, deixa ficar!”, todas seguem a
orientação da música. No verso “Guerreiros com guerreiros”, a transferência das
pedrinhas é retomada, até chegar ao trecho “zigue, zigue, zá!”, quando os
participantes movimentam as pedras que estão em mãos para um lado e para o
outro, sem entregá-las a ninguém. O jogador que erra os movimentos é eliminado
da brincadeira, até que surja um único vencedor.
Pular Corda
Preferida das meninas, tanto na versão tradicional quando nas versões diferenciadas em que a brincadeira é guiada por alguma cantiga. Além de ser divertida para o lazer, é uma atividade excelente para exercitar o coração e a coordenação motora. Pode ser praticada tanto individualmente quanto em grupo, quando duas pessoas seguram as pontas das cordas e movimenta o instrumento para que um ou mais participantes possam pular. Quem esbarrar na corda sai da brincadeira. Ou simplesmente perde, e continua.
Pular Elástico
Outra muito apreciada pelas meninas! Para brincar, basta separar pelo menos 2 metros de elástico de roupa e dar um nó. É necessário no mínimo 3 participantes: duas para segurar o elástico e outra para pular. As duas crianças que vão segurar o elástico ficam em pé, frente a frente, e colocam o elástico em volta dos tornozelos para formar um retângulo. Daí, o participante da vez faz uma sequência de saltos: pula para dentro, sobre e para fora do elástico, tentando completar a tarefa sem tropeçar. O grau de dificuldade aumenta ao longo da disputa: o elástico ainda deve subir do tornozelo para o joelho, cintura, tronco e pescoço. Dependendo da altura das crianças, o jogo vai ficando impraticável, mas é o desafio que estimula a brincadeira!
Metodologia e Atividades
Desenvolvidas
No laboratório de
informática os alunos através do acesso à internet assistirão a cena do
programa Zorra Total, personagem “Adelaide”.
Depois foi comentado
com eles: a opinião de cada um.
Em seguida eles
responderão a uma pesquisa, cinco perguntas para analise do que os alunos acham
da pobreza em nosso país?
PESQUISA:
1.
Para
você, o que é ser pobre?
2.
Como
seus pais comentam o assunto de pobreza com você?
3.
O
que você acha da personagem “Adelaide” no programa Zorra Total?
4.
Você
já se sentiu discriminado por algum colega por não ter algo legal que ele tem?
5.
Na
escola que você estuda é falado sobre a pobreza? De que forma?
Através dos livros “Olhar
a África e ver o Brasil”, com fotos e textos Pierre Verger e Raul Lody que demonstram
diferentes aspectos característicos da vida nas sociedades africanas e sua
marcante influencia na sociedade brasileira. Foram demonstradas aos alunos as
influências dos negros que eram obrigados a vir para o Brasil trabalhar como escravos,
destacando as danças, músicas e brincadeiras utilizando o livro “Jongo” da
autora Sonia Rosa.
Após foi apresentado
e manuseado pelos educandos instrumentos musicais Afros Brasileiros.
Com o livro Menina
Bonita do Laço de Fita, da autora Ana Maria Machado foi reforçado o respeito às
diferenças étnicas raciais. Com a poesia Bonequinha Preta de Cida Valadares,
foi confeccionado a bonequinha e declamado a poesia, procuramos resgatar a
importância da cultura afro brasileira e o respeito pelo povo.
Foi realizado um resgate as
brincadeiras como a peteca, pula elástico e outras brincadeiras conhecidas como
Escravos de Jô, juntamente com a explicação das variações que sofreram até a
atualidade.
Para finalização das
atividades foi confeccionado livros com as produções dos alunos durante e declamação
de poesias.
Resultados
Alcançados:
Percebemos que todos
os alunos conhecem e assistem a personagem Adelaide, e também imitam muitas
cenas da personagem, porém não tinham percebido a discriminação em relação à
pobreza, a falsa ideologia que todo pobre tem que mendigar, falar errado e ser
negro, como a personagem Adelaide. Acreditamos que ao analisarmos a personagem
da Zorra Total junto aos alunos, estes começaram a entender o quanto a mídia
muitas vezes na tentativa de esclarecer ou banalizar acaba estimulando
discriminação. Cabe a nos professores a tarefa de mostrar a ideologia da
discriminação racial televisiva, tecnológica e até mesmo presente nos grupos
sociais, em especial nas escolas, mostrando aos alunos que o preconceito é feio,
nada engraçado, e que temos capacidade de progredir independente de raça, pelo
estudo e trabalho. Outro ponto significativo aos alunos foi à pesquisa em
livros, o manuseio dos instrumentos musicais e um resgate as brincadeiras e
cantigas de roda, entre outras culturas, trazida pelos negros para o Brasil que
formam a cultura Afro-Brasileira.
REFERENCIAS:
ROSA, Sonia. Jongo.vol 3 Lembranças africanas. Ed.
Pallas, 2004 p. 14
VASCONCELOS, Adson. Oficina do Folclore: Coleção oficina
do folclore. São Paulo. Ed. Rideel. 2010
VERGER, Pierre. A vida em sociedade: Olhar a África e
ver o Brasil. Ed. Nacional. São Paulo. 2009
VERGER, Pierre. O mundo do trabalho: Olhar a África e
ver o Brasil. Ed. Nacional. São Paulo. 2009
Vídeo zorra total
“Adelaide”
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