Tabebuia alba (Ipê-Amarelo)
Texto produzido pela Acadêmica Giovana Beatriz Theodoro Marto
Supervisão e orientação do Prof. Luiz Ernesto George Barrichelo e do Eng. Paulo Henrique Müller
Atualizado em 10/07/2006
Supervisão e orientação do Prof. Luiz Ernesto George Barrichelo e do Eng. Paulo Henrique Müller
Atualizado em 10/07/2006
O ipê
amarelo é a árvore brasileira mais conhecida, a mais cultivada e, sem dúvida
nenhuma, a mais bela. É na verdade um complexo de nove ou dez espécies com
características mais ou menos semelhantes, com flores brancas, amarelas ou
roxas. Não há região do país onde não exista pelo menos uma espécie dele, porém
a existência do ipê em habitat natural nos dias atuais é rara entre a maioria
das espécies (LORENZI,2000).
A espécie Tabebuia
alba, nativa do Brasil, é uma das espécies do gênero Tabebuia que possui “Ipê Amarelo” como nome
popular. O nomealba provém
de albus (branco em latim) e é devido ao
tomento branco dos ramos e folhas novas.
As árvores desta espécie proporcionam um belo espetáculo com sua
bela floração na arborização de ruas em algumas cidades brasileiras. São lindas
árvores que embelezam e promovem um colorido no final do inverno. Existe uma
crença popular de que quando o ipê-amarelo floresce não vão ocorrer mais
geadas. Infelizmente, a espécie é considerada vulnerável quanto à ameaça de
extinção.
A Tabebuia alba,
natural do semi-árido alagoano está adaptada a todas as regiões fisiográficas,
levando o governo, por meio do Decreto nº 6239, a transformar a espécie como a
árvore símbolo do estado, estando, pois sob a sua tutela, não mais podendo ser suprimida
de seus habitats naturais.
Taxonomia
Família: Bignoniaceae
Espécie: Tabebuia Alba (Chamiso) Sandwith
Sinonímia botânica: Handroanthus albus (Chamiso) Mattos; Tecoma alba Chamisso
Outros nomes vulgares: ipê-amarelo, ipê, aipê, ipê-branco, ipê-mamono, ipê-mandioca, ipê-ouro, ipê-pardo, ipê-vacariano, ipê-tabaco, ipê-do-cerrado, ipê-dourado, ipê-da-serra, ipezeiro, pau-d’arco-amarelo, taipoca.
Espécie: Tabebuia Alba (Chamiso) Sandwith
Sinonímia botânica: Handroanthus albus (Chamiso) Mattos; Tecoma alba Chamisso
Outros nomes vulgares: ipê-amarelo, ipê, aipê, ipê-branco, ipê-mamono, ipê-mandioca, ipê-ouro, ipê-pardo, ipê-vacariano, ipê-tabaco, ipê-do-cerrado, ipê-dourado, ipê-da-serra, ipezeiro, pau-d’arco-amarelo, taipoca.
Aspectos Ecológicos
O ipê-amarelo é uma espécie heliófita (Planta adaptada ao
crescimento em ambiente aberto ou exposto à luz direta) e decídua (que perde as
folhas em determinada época do ano). Pertence ao grupo das espécies secundárias
iniciais (DURIGAN & NOGUEIRA, 1990).
Abrange a Floresta Pluvial da Mata Atlântica e da Floresta
Latifoliada Semidecídua, ocorrendo principalmente no interior da Floresta
Primária Densa. É característica de sub-bosques dos pinhais, onde há
regeneração regular.
Informações Botânicas
Morfologia
As árvores de Tabebuia
alba possuem cerca de 30
metros de altura. O tronco é reto ou levemente tortuoso, com fuste de 5 a 8 m
de altura. A casca externa é grisáceo-grossa, possuindo fissuras longitudinais
esparas e profundas. A coloração desta é cinza-rosa intenso, com camadas
fibrosas, muito resistentes e finas, porém bem distintas.
Com ramos grossos, tortuosos e compridos, o ipê-amarelo possui
copa alongada e alargada na base. As raízes de sustentação e absorção são
vigorosas e profundas.
As folhas, deciduais, são opostas, digitadas e compostas. A face
superior destas folhas é verde-escura, e, a face inferior, acinzentada, sendo
ambas as faces tomentosas. Os pecíolos das folhas medem de 2,5 a 10 cm de
comprimento. Os folíolos, geralmente, apresentam-se em número de 5 a 7,
possuindo de 7 a 18 cm de comprimento por 2 a 6 cm de largura. Quando jovem
estes folíolos são densamente pilosos em ambas as faces. O ápice destes é
pontiagudo, com base arredondada e margem serreada.
As flores, grandes e lanceoladas, são de coloração amarelo-ouro.
Possuem em média 8X15 cm.
Quanto aos frutos, estes possuem forma de cápsula bivalvar e são
secos e deiscentes. Do tipo síliqua, lembram uma vagem. Medem de 15 a 30 cm de
comprimento por 1,5 a 2,5 cm de largura. As valvas são finamente tomentosas com
pêlos ramificados. Possuem grande quantidade de sementes.
As sementes são membranáceas brilhantes e esbranquiçadas, de
coloração marrom. Possuem de 2 a 3 cm de comprimento por 7 a 9 mm de largura e
são aladas.
Reprodução
A espécie é caducifólia e a queda das folhas coincide com o
período de floração. A floração inicia-se no final de agosto, podendo ocorrer
alguma variação devido a fenômenos climáticos. Como a espécie floresce no final
do inverno é influenciada pela intensidade do mesmo. Quanto mais frio e seco
for o inverno, maior será a intensidade da florada do ipê amarelo.
As flores por sua exuberância, atraem abelhas e pássaros,
principalmente beija-flores que são importantes agentes polinizadores. Segundo
CARVALHO (2003), a espécie possui como vetor de polinização a abelha mamangava
(Bombus morio).
As sementes são dispersas pelo vento.
A planta é hermafrodita, e frutifica nos meses de setembro,
outubro, novembro, dezembro, janeiro e fevereiro, dependendo da sua localização.
Em cultivo, a espécie inicia o processo reprodutivo após o terceiro ano.
Ocorrência Natural
Ocorre naturalmente na Floresta Estaciobal Semidecicual, Floresta
de Araucária e no Cerrado.
Segundo o IBGE, a Tabebuia
alba (Cham.) Sandw. é uma
árvore do Cerrado, Cerradão e Mata Seca. Apresentando-se nos campos secos
(savana gramíneo-lenhosa), próximo às escarpas.
Clima
Segundo a classificação de Köppen, o ipê-amarelo abrange locais de
clima tropical (Aw), subtropical úmido (Cfa), sutropical de altitude (Cwa e
Cwb) e temperado.
A T.alba pode tolerar até 81 geadas em um ano.
Ocorre em locais onde a temperatura média anual varia de 14,4ºC como mínimo e
22,4ºC como máximo.
Solo
A espécie prefere solos úmidos, com drenagem lenta e geralmente
não muito ondulados (LONGHI, 1995).
Aparece em terras de boa à média fertilidade, em solos profundos
ou rasos, nas matas e raramente cerradões (NOGUEIRA, 1977).
Pragas e Doenças
De acordo com CARVALHO (2003), possui como praga a espécie de
coleópteros Cydianerus
bohemani da família
Curculionoideae e um outro coleóptero da família Chrysomellidae. Apesar da
constatação de elevados índices populacionais do primeiro, os danos ocasionados
até o momento são leves. Nas praças e ruas de Curitiba - PR, 31% das árvores
foram atacadas pela Cochonilha Ceroplastes
grandis.
ZIDKO (2002), ao estudar no município de Piracicaba a associação
de coleópteros em espécies arbóreas, verificou a presença de insetos adultos da
espécie Sitophilus linearis da família de coleópteros, Curculionidae, em estruturas
reprodutivas. Os insetos adultos da espécie emergiram das vagens do ipê,
danificando as sementes desta espécie nativa.
ANDRADE (1928) assinalou diversas espécies de Cerambycidae
atacando essências florestais vivas, como ingazeiro, cinamomo, cangerana,
cedro, caixeta, jacarandá, araribá, jatobá, entre outras como o ipê amarelo.
A Madeira
A Tabebuia alba produz madeira de grande durabilidade
e resistência ao apodrecimento (LONGHI,1995).
MANIERI (1970) caracteriza o cerne desta espécie como de cor
pardo-havana-claro, pardo-havan-escuro, ou pardo-acastanhado, com reflexos
esverdeados. A superfície da madeira é irregularmente lustrosa, lisa ao tato,
possuindo textura media e grã-direita.
Com densidade entre 0,90 e 1,15 grama por centímetro cúbico, a
madeira é muito dura (LORENZI, 1992), apresentando grande dificuldade ao
serrar.
A madeira possui cheiro e gosto distintos. Segundo LORENZI (1992),
o cheiro característico é devido à presença da substância lapachol, ou ipeína.
Usos da Madeira
Sendo pesada, com cerne escuro, adquire grande valor comercial na
marcenaria e carpintaria. Também é utilizada para fabricação de dormentes,
moirões, pontes, postes, eixos de roda, varais de carroça, moendas de cana,
etc.
Produtos Não-Madeireiros
A entrecasca do ipê-amarelo possui propriedades terapêuticas como
adstringente, usada no tratamento de garganta e estomatites. É também usada
como diurético.
O ipê-amarelo possui flores melíferas e que maduras podem ser
utilizadas na alimentação humana.
Outros Usos
É comumente utilizada em paisagismo de parques e jardins pela
beleza e porte. Além disso, é muito utilizada na arborização urbana.
Segundo MOREIRA & SOUZA (1987), o ipê-amarelo costuma povoar
as beiras dos rios sendo, portanto, indicado para recomposição de matas
ciliares. MARTINS (1986), também cita a espécie para recomposição de matas
ciliares da Floresta Estacional Semidecidual, abrangendo alguns municípios das
regiões Norte, Noroeste e parte do Oeste do Estado do Paraná.
Aspectos Silviculturais
Possui a tendência a crescer reto e sem bifurcações quando
plantado em reflorestamento misto, pois é espécie monopodial. A desrrama se faz
muito bem e a cicatrização é boa. Sendo assim, dificilmente encopa quando nova,
a não ser que seja plantado em parques e jardins.
Ao ser utilizada em arborização urbana, o ipê amarelo requer podas
de condução com freqüência mediana.
Espécie heliófila apresenta a pleno sol ramificação cimosa,
registrando-se assim dicotomia para gema apical. Deve ser preconizada, para seu
melhor aproveitamento madeireiro, podas de formação usuais (INQUE et al.,
1983).
Produção de Mudas
A propagação deve realizada através de enxertia.
Os frutos devem ser coletados antes da dispersão, para evitar a
perda de sementes. Após a coleta as sementes são postas em ambiente ventilado e
a extração é feita manualmente. As sementes do ipê amarelo são ortodoxas,
mantendo a viabilidade natural por até 3 meses em sala e por até 9 meses em
vidro fechado, em câmara fria.
A condução das mudas deve ser feita a pleno sol. A muda atinge cerca de 30 cm em 9 meses, apresentando tolerância ao sol 3 semanas após a germinação.
A condução das mudas deve ser feita a pleno sol. A muda atinge cerca de 30 cm em 9 meses, apresentando tolerância ao sol 3 semanas após a germinação.
Sementes
Os ipês, espécies do gênero Tabebuia,
produzem uma grande quantidade de sementes leves, aladas com pequenas reservas,
e que perdem a viabilidade em poucos dias após a sua coleta. A sua conservação
vem sendo estudada em termos de determinação da condição ideal de
armazenamento, e tem demonstrado a importância de se conhecer o comportamento
da espécie quando armazenada com diferentes teores de umidade inicial, e a
umidade de equilíbrio crítica para a espécie (KANO; MÁRQUEZ & KAGEYAMA,
1978).
As levíssimas sementes aladas da espécie não necessitam de quebra
de dormência. Podem apenas ser expostas ao sol por cerca de 6 horas e semeadas
diretamente nos saquinhos. A quebra natural leva cerca de 3 meses e a quebra na
câmara leva 9 meses. A germinação ocorre após 30 dias e de 80%.
As sementes são ortodoxas e há aproximadamente 87000 sementes em
cada quilo.
Preço da Madeira no Mercado
O preço médio do metro cúbico de pranchas de ipê no Estado do Pará
cotado em Julho e Agosto de 2005 foi de R$1.200,00 o preço mínimo, R$ 1509,35 o
médio e R$ 2.000,00 o preço máximo (CEPEA,2005).
Fonte: http://www.ipef.br/identificacao/tabebuia.alba.asp Acesso em 20/09/2012 as 22:30 h.
Atividade
Responder a ficha sobre o textoTabebuia alba (Ipê-Amarelo)
Responder a ficha sobre o textoTabebuia alba (Ipê-Amarelo)
Nome científico:_________________________________
Outros nomes do Ipê-Amarelo: _______________________________
Família: _______________________________________
Produção de mudas:____________________________
Espécie: _________________________________________
Uso da Madeira: __________________________________
Utilize o processador de texto para procurar o significado das seguintes palavras:
Silviculturais -
______________________________________________________
Reservas -
______________________________________________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário